sexta-feira, 28 de junho de 2013

CAPÍTULOS 07 e 08

SEM GASOLINA          Capítulo 07

A gasolina do veículo ali parado acabou e ele parou bem na minha frente. Achei que era muito azar meu encontrar um carro parado na pista em plena 23 de maio.

Em média, a reserva dos veículos comporta de cinco a dez litros de combustível; o que corresponde a cerca de 50 quilômetros. Mas alguns motoristas ignoram o alerta.

Veículos que param abruptamente na pista podem provocar engavetamento.

Ter o veículo parado na via por falta de combustível, a chamada pane seca, também está entre as infrações do Código de Trânsito Brasileiro. Abastecer o carro, além da manutenção preventiva, é um dos cuidados que o motorista deve ter. Quem for pego nessa situação leva uma multa leve de R$ 80,00.

Os três conselhos tutelares de Campo Grande deixaram de atender cerca de 150 ocorrências em cinco dias por conta da falta de combustível. Desde a semana passada, vários setores da Prefeitura de Campo Grande ficaram sem combustível para abastecer os carros oficiais. Segundo servidores, convênios que o município tinha com postos de combustíveis da Capital venceram e não foram renovados.

Mas o carro estava parado ali e eu estava em apuros.

Sentia-me como um piloto de avião sem combustível em pleno ar a 10.000 metros de altura.

Era tanto o sufoco que até me esqueci de que estava dentro de um carrinho velho.

Eu não entendia porque as pessoas deixavam os carros ficarem sem gasolina.


Segundo notícia veiculada no meu radinho de pilha, a multa por pane seca é de R$ 85,12.


TIRAR UMA FINA (Capítulo 08)


Acelerei mais um pouco só pra tirar uma fina.

Intui que não queria ser abalroado por outro carro pela traseira.

A velocidade da corrida devia ser aumentada.

Fui contagiado pelo bichinho da competição.

Acelerei meu carro como se estivesse tentando cravar a volta mais rápida de uma prova de Fórmula 1.

Não perdi muito tempo para pisar no acelerador, pois uma fração de segundos de atraso botaria tudo a perder.

Eu queria acelerar de 0 a 100 km/h em pouco mais de um segundo.

O meu pequeno dinossauro automotivo seria capaz de muito mais que isso.

Dirigir assim meu fusca era o bicho.


Inflacionei o mercado da velocidade.


domingo, 23 de junho de 2013

CAPÍTULOS 05 e 06

CURTIA UM ROCK          (Capítulo 05)

O meu radinho de pilha deixava rolar o som de novas bandas nacionais e internacionais. Com a recepção cheia de chiados e interrupções devido a falhas no sinal.

 Eu ouvia “splish splesh, foi o beijo que eu dei nela dentro do cinema”.

A canção rolava solta no ar.

Ah, e não me considerava tão roqueiro.

 Diz a lenda que eu sou eclético.

 Nessa época, eu, tímido, aventureiro e sonhador, curtia com dedicação OS NÔMADES. Banda que até então era apenas uma dupla = Eu e o Arildo.

O radinho de pilha era um presente da minha mãe, dado a mim após o falecimento do meu padrasto, dono e usuário do dito radinho.

Mal sabia eu que esse radinho de pilha ainda ia fazer história.

Frequentemente perguntavam por que eu não instalava um equipamento de som para carro no meu Fusca; e eu me divertia respondendo que não tinha dinheiro para fazer isso.


Eu curtia o meu fusca total, com seu barulho, etc. e tal.


OUTRO CARRO (Capítulo 06)


De repente, outro carro parado na minha frente-----------Há, tive que soltar as rédeas que agora o bicho ia pegar.

Meu carro até tremeu com o susto que levei.

Bater nesse carro eu não ia, porque eu era bom de braço!!

Tinha que ser rápido!

Se pelo menos o meu carro fosse blindado!

Sabia que meu fusca iria se tornar uma lenda urbana!

Não dava tempo para pensar em mais nada!

O carro ia ter que parar imediatamente!

Encontraria eu outra saída?


Tinha fé que tudo ia dar certo.

Capítulos 03 e 04

COMO UM RAIO          Capítulo 03

Pisando firme, acelerando tudo, exagerando, saindo do limite.

Eu ficava olhando a estrada, olhando a avenida, olhando os carros, enquanto passava apressado.

Abusar da velocidade era o resultado da autoconfiança.

Corrida era a minha vida, correr era o meu prazer.

Naquela época não tinha rodízio de finais de placas.

Durante a noite meu Fusca corria na velocidade da luz, pois os faróis dele corriam na mesma velocidade que ele.

Eu corria muito... Eu era assim.

Eu tentava não desviar os olhos dos carros que estavam na minha frente e nem dos que queriam, ou estavam me ultrapassando.

Passava como um raio entre os carros que teimavam em andar devagar.


Afinal eu nem estava correndo tanto.

COMO UM LOUCO          Capítulo 04

Eu zigzagueava como se estivesse em um moto, precisava não bobear.

Passava pelos carros costurando, bordando e pisando firme.

Tanta coisa bacana, todo mundo se esforçando pra andar rápido e certo, mas eu não gostava de esperar.

Andava a milhão, costurando o tempo inteiro, na 23 de maio ia colando o ponteiro.

Engraçadinho na direita via o rojão passar.

Eu fazia o que eu podia. Eu fazia o que eu queria.

I was not born like that, but I was feeling so well. (Eu não nasci assim, mas eu estava me sentindo tão bem).

Eu estava apenas verificando as possibilidades do meu Fusca e desenvolvendo as minhas habilidades de piloto.

Eu procedia dentro das normas de segurança, pois afinal o meu Fusca não corria tanto.


A corrida transcorria num afã de correr mais.

sábado, 22 de junho de 2013

Capítulos 01 e 02

FUSCA MEIA NADA (1960) Capítulo 01
Toda vez que eu passava pela 23 de Maio, famosa avenida paulistana que liga o norte ao sul da cidade..........

... No meu Fusca 1969, que pelo seu estado de conservação eu chamava de “meia nada”(1960);Carro esse que se tornara o meu companheiro do dia a dia..........

...Eu pensava em ter um Fusca do ano, novinho em folha, sem problemas mecânicos, enxuto e rodando macio.

... Mas o bichinho não me deixava na mão, a não ser da vez em que eu fundi o motor dele. Escapei por pouco de gastar toda a minha fortuna para retificar o dito motor...
                                                                                                                                                                             ... Queria agradecer as autoridades que viabilizaram a construção da 23 de Maio; e de rodovias por onde, em breve, eu iria passar com meu potente Fusca..........

...Isso se meu Fusquinha ainda estivesse em condições de uso quando as obras terminassem...

...Talvez eu vá pra Uberaba, pensava eu...

...Mandar o Fusca para reforma não estava nos meus planos...

... Sou demais na direção. Medo de correr não tinha...


... O Fusca bege podia até voar, acreditem!!!!!!!!!!

CARCOMIDO E AMASSADO Capítulo 02

Carcomido de ferrugem e amassado de trombada são expressões pouco usadas na língua portuguesa. Conotam um estado de extrema degradação do objeto. 

Além de que não retratam a verdade sobre o meu Fusca. É verdade que ele não estava em bom estado, tinha pontos de ferrugem em sua lataria e amigos meus diziam que ele parecia ter pertencido à frota de taxi, tendo por isso sofrido o abandono dos cuidados com a sua aparência e mecânica. Ainda assim eu gostava dele.

Quando chovia entrava água. Daí eu resolvi acabar com o problema. Bem que tentei. Não consegui, mas a quantidade de água que ainda entrava era pouca.

As caixas que ficavam sob as portas, essas sim estavam enferrujadas e foram substituídas.

O para choque traseiro sofreu uma pequena batida e ficou amassado. Nada que um funileiro amigo meu não pudesse resolver com meia dúzia de marteladas. Afinal ele estava sujeito a sofrer uma verdadeira trombada.

O para lama direito traseiro foi amassado por um caminhão abestalhado. Não exigi pagamento pelo dano. Fiquei com o prejuízo, mas não perdi uma noite de amor com a minha gata. Afinal isso sim é que era importante para mim.

As curvas da estrada de Santos, falo da rodovia Anchieta, é claro, me viram passar por elas no limite da capacidade de aderência dos pneus do Fusca.

Certa vez, ao subir a serra, desta vez pela rodovia Imigrante, o cabo do acelerador se partiu. Por sorte, encontrei um pedaço de arame de aço, o qual usei para manter o motor numa certa aceleração. Com isso pude chegar à São Paulo.

Por fim dei o Fusca como lance num consórcio e consegui trocá-lo por um Chevete


Mas ficou na memória a lembrança, ficou a canção.

AH SE EU TIVESSE UMA FERRARI Em prosa (Introdução)



Ferrari é um nome adaptado para os dias atuais. O texto original, escrito no início da década de 80, tinha o título de Mus Tang. Como não se ouve falar mais nesse carro, trocamos a marca para Ferrari.

Se eu tivesse... Foi escrita de uma forma bem humorada retratando um personagem que tinha um fusca ano 1960.

O vídeo desta música está no youtube na voz de Gilliard: http://www.youtube.com/watch?v=_hwD313EWyA

Rubens Barrichello e Michael Schumacher fizeram a marca ganhar destaque.

Essa música ganhou até comunidade no Orkut.

Aqui está a versão mais antiga, após trocarmos o nome para Ferrari: http://www.youtube.com/watch?v=EDqzgKUvgXg

A escuderia Ferrari está motivada para a sequência da temporada 2013.

O F1 Clienti é um programa da Ferrari  onde clientes da marca que já possuem sua Ferrari de rua e desejam ter o privilégio de pilotar um carro de Fórmula 1, a marca oferece a oportunidade de que tais clientes comprem um F1 de verdade e que chegou a competir de verdade, pilotado por um piloto de verdade!

O projetista chefe da equipe, Nicolas Tombazis, se disse otimista e garantiu que confia na briga pelo título.


Mas Tombazis não escondeu a frustração pelo fato de a Ferrari ainda não ter conseguido uma pole position nas primeiras quatro etapas do Mundial.